CICLO DE MÚSICA EXPLORATÓRIA PORTUGUESA 2024 | FADE IN - Associação de Acção Cultural

CICLO DE MÚSICA EXPLORATÓRIA PORTUGUESA 2024

A QUARTA EDIÇÃO DO CICLO DE MÚSICA EXPLORATÓRIA PORTUGUESA (TAMBÉM DESIGNADO POR CMEP), EVENTO COM A CHANCELA DA FADE IN QUE DECORRE EM VÁRIOS ESPAÇOS DA CIDADE DE LEIRIA ENTRE OS MESES DE MAIO E NOVEMBRO, CONTA COM OS APOIOS DO MUNICÍPIO, DO TEATRO JOSÉ LÚCIO DA SILVA E DA RTCP – REDE DE TEATROS E CINETEATROS PORTUGUESES.

FOTO: FOTOPLASTA

RAVENNA ESCALEIRA

04 MAIO – 19:00 – IGREJA DA PENA (CASTELO)

RAVENNA ESCALEIRA apresenta um corpo de trabalho que se estende da música à poesia e às artes visuais. A saxofonista originária do Porto, entretanto sediada em Lisboa após passagens pelo Brasil, Espanha e Itália, num périplo que tem sido um processo de autodescoberta que se reflete na sua música, tem explorado de forma muito particular e direta a eletrónica, sob o pseudónimo de RVN, com o qual deixou algum legado digital.

As suas atuações tanto se acercam do noise mais cru quanto das texturas mais ambientais, e a linguagem do seu saxofone é por vezes soprada com um lirismo expressivo, próximo da balada mais dorida, e desenhada pelo espaço acústico por onde vai soando. E na Igreja da Pena não soará, por certo, com menos emoção.

FOTO: LOIS GRAY

HIDDEN HORSE

25 MAIO – 19:00 – CDIL – IGREJA DA MISERICÓRDIA

HIDDEN HORSE é uma dupla formada por dois dos fundadores de Beautify Junkyards. Kyron assume os sintetizadores e Tony Watts a percussão acústica e eletrónica. Ao vivo, são acompanhados por Ana Farinha (Vaiapraia) na voz, percussões e gira-discos. A sua estética sonora funde elementos da música industrial, kosmische e da hauntology.

Em 2002 lançaram o primeiro álbum, “Opala”, e no ano seguinte revelaram Incorporeal numa edição em vinil. Ambas as obras saíram com selo da insuspeita Hozulam e têm recebido críticas muito elogiosas em publicações de referência internacional, como a Wire, Electronic Sound ou Shindig. Incorporeal figurou ainda nalgumas listas de melhores álbuns nacionais de 2023 e é (também) por isso com grande expectativa que aguardamos a sua apresentação ao vivo no CMEP2024.

FOTO: SARA VITÓRIA

8 JUNHO – 19:00 – IGREJA DA PENA (CASTELO)

Encarnação a solo mais duradoura de Bruno Silva (também Serpente e membro do Unit Core e d’O Carro de Fogo de Sei Miguel ou Má Estrela, entre outras investidas) a bater uma década de ofício e a deixar pelo caminho um mapa de registos que se espraia por editoras como a Where to Now?, Paralaxe, Holuzam ou Discrepant. Por estas últimas lançou em 2022 primeiro ‘Megadawn’ e pouco depois ‘Oeste A.D.’, conjurando uma música em estado continuamente liminal e alucinatório, para onde convergem pedaços muito refractados da dança, da hauntology, do espaço dub ou da tensão melódica de algum minimalismo.

Para este concerto no CMEP2024, ONDNESS conta com a presença de nëss na voz e guitarra e de Raphael Soares nas percussões, gente com quem já colaborou em encarnações passadas e que se encontram aqui para dar matéria e vida a novas peças criadas para esta ocasião.

FOTO: JOÃO DUARTE, JACC

29 JUNHO – 19:00 – IGREJA DA PENA (CASTELO)

BILHETES DISPONÍVEIS EM BREVE

BEN YOSEI é um cantor, produtor e compositor português autor de canções de embalar, orações, missais e meditações, pontuadas por letras que geralmente abordam a devoção, o amor, a perda, a fé, a espiritualidade/misticismo e o existencialismo. Depois de Luz em 2020, lançou Lagrimento em 2023, um álbum celebrado por muitos como o “disco-ovni” do ano passado, segredo-maior da música portuguesa contemporânea e, decididamente, um dos grandes álbuns da década em solo lusitano.

A sua música devocional é feita de loops beatíficos, vocalizações etéreas e íntimas, harmonizações catedráticas, atmosferas simultaneamente noturnas e reluzentes, e recontos líricos de fantasmas de antepassados, de epifanias metafísicas, de profunda pastoralidade e de mistérios da Fé, remetendo-nos para uma portugalidade profundamente católica. A “liturgia” que Ben Yosei nos vai apresentar não poderia ter melhor altar para se apresentar ao vivo.

VOLTAIC TRIO

13 JULHO – 19:00 – MUSEU DE LEIRIA

BILHETES DISPONÍVEIS EM BREVE

Imagine um voo alucinante sobre paisagens sonoras que se transformam a cada compasso. A música do VOLTAIC TRIO é como uma jornada sem mapa, onde o rock psicadélico se funde com a energia pulsante do jazz elétrico.

O turbilhão vertiginoso é propiciado por Luís Guerreiro (Peixe Frito, Dead Vortex, Audible Architecture, Estado Sónico e membro dos coletivos ZPOLURAS e NEM|ARCM), Jorge Nuno (Signs of The Silhouette, Uivo Zebra, Anthropic Neglect, No Nation Trio, Sameer e membro da Phonogram Unit) e João Valinho (MOVE, Rodrigo Amado Refraction Quartet, Fashion Eternal, Rodrigo Brandão Outros Espaço, Anthropic Neglect). Juntos tecem um manto sonoro vívido e catártico.

AO VIVO @ MIA 2021 – EXCERTO 1

AO VIVO @ MIA 2021 – EXCERTO 2

NZUGU & KATERINA L’DOKOVA

27 JULHO – 19:00 – IGREJA DA PENA (CASTELO)

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NZUNGU é um dos alter-egos do produtor André Xina que, influenciado pelo sentimento de isolamento e introspeção trazido pela crise pandémica em 2020, rumou em direção ao ambient através de composições onde as fontes instrumentais se diluem de modo a priorizar a sua resposta emocional.

Stimmung, o seu mais recente disco lançado pela Zabra Records, procura contemplar as obsessões sociais compulsivas com a realidade nostálgica e a retrotopia, e levar o artista a libertar-se do peso em pensar constantemente no futuro e no que pode acontecer amanhã. Neste concerto Nzungu será acompanhado pela pianista bielorrussa, KATERINA L’DOKOVA.

FOTO: PEDRO JAFUNO

INÊS CONDEÇO & PEDRO PMDS

21 SETEMBRO – 19:00 – CDIL – IGREJA DA MISERICÓRDIA

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Este projeto colaborativo surge em Setembro de 2023, resultante de um encontro feliz. Foi na Pós-Graduação em Arte Sonora: Processos Experimentais, na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, que INÊS CONDEÇO e PEDRO SOUSA se conheceram e imediatamente encontraram pontos em comum que decidiram
explorar e fundir.

O espetáculo que vão apresentar no CMEP 2024 é baseado na manipulação de cassetes, loops, voz, poesia, feedbacks, noise e electro-acústica, num universo virado do avesso mas que no final soa estranhamente familiar. Inês explora com mais intensidade a voz e o sintetizador e Pedro deixa de lado as eletrónicas mais complexas. A poesia é do artista Boris e a performance desenrola-se a partir de poemas da sua autoria sobre a existência. Alterna entre vários estados de espírito, entre a palavra falada e voz cantada, entre ruído e melodias etéreas. O primeiro álbum do duo será lançado ainda no decorrer deste ano.

Inês Condeço licenciou-se em Música (Piano – Música Clássica) na Universidade de Évora e no início de 2024 lançou o seu primeiro álbum a em nome próprio. Chama-se Lacuna e nós recomendamo-lo veementemente. Pedro Sousa é já um veterano da música exploratória nacional e tem construído o seu percurso musical no projecto PMDS onde emerge um universo onde o processo eletrónico resulta num som orgânico, etéreo e cinemático.

INÊS CONDEÇO – BANDCAMP

PMDS – BANDCAMP

SOLAR CORONA ELEKTRISCHE MASCHINE

12 OUTUBRO – 19:00 – MUSEU DE LEIRIA

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Na versão SOLAR CORONA ELEKTRISCHE MASCHINE, os “rockeiros” barcelenses Solar Corona desprendem-se da bateria, guitarra e amplificadores, dedicando-se agora à musica eletrónica baseada em baixo, synths e dub/fx, numa vertente mais industrial, techno e ambient, mas sem abandonar a faceta do rock psicadélico que sempre os caracterizou.

O seu núcleo duro é composto por Rodrigo Carvalho, José Roberto Gomes, Peter Carvalho e Nuno Loureiro. Juntos mostram-nos uma costela que abraça a fundo a improvisação através de instrumentos eletrónicos, digitais e analógicos, novas percussões e novos métodos de amplificação e processamento das mesmas, e do baixo como guia do groove, explorando duas vertentes: repetição e imprevisibilidade.

FOLCLORE IMPRESSIONISTA

2 NOVEMBRO – 19:00 – CDIL – IGREJA DA MISERICÓRDIA

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FOLCLORE IMPRESSIONISTA é um coletivo artístico, sonoro e visual, de sensibilidade hauntológica, fundado em 2016 por João Paulo Daniel, António Caramelo e Sérgio Silva. O grupo opera sobre espaços hauntológicos gerados por memórias culturais e geografias específicas, recorrendo frequentemente às estratégias operativas da Psicogeografia para aceder às forças intangíveis da paisagem e, a partir destas, conjeturar mundos imaginários. Se podemos encontrar uma espécie de tronco comum no trabalho de Folclore Impressionista, este é a ideia de desvanecimento, no sentido de «eeriness», tal como caracterizado por Mark Fisher. Em certo sentido, podemos dizer que Folclore Impressionista tem trabalhado sempre sobre o mesmo tema (um meta-tema), mas a partir de diferentes perspetivas.

A performance que Folclore Impressionista apresentará no CMEP 2024 chama-se Love, Ghosts and Eerie Psychogeographic Walks, um trabalho que irá partir do arquivo sonoro e imagético que o coletivo produziu para as várias peças da série Walks (Walk I-IV), para, a partir daí, considerar mundos paralelos, sugestionados pela construção de paisagens sonoras mediadas pela manipulação de fita magnética e pela manipulação de imagens gravadas em placas de vidro – fantasmagories -, num universo assombrado, mas estranhamente familiar.

FOTO: NUNO MARTINS

NUNO REBELO

23 NOVEMBRO – 19:00 – CDIL – IGREJA DA MISERICÓRDIA

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NUNO REBELO é guitarrista e um do nomes maiores da música exploratória portuguesa. O compositor de Pangea, o tema oficial da EXPO 98, e músico de bandas lendárias como Street Kids, Plopoplot Pot e Mler Ife Dada, cedo se aventurou nos trilhos da música experimental e de improviso, tendo composto, em paralelo, música para filmes, peças de teatro e espetáculos de dança,

No seu vastíssimo currículo constam colaborações com Peter Kowald, Kato Hideki, Shelley Hirsch, Gianni Gebia, Paolo Angeli, Massimo Zu, Damo Suzuki, Le Quan Ninh, Eric M, John Bisset, Philippe Aubry, Carlos Zíngaro, Jean-Marc Montera, Audrey Chen, Joan Saura, Agusti Fernandez, Xavier Maristany, Liba Vilavechia, Rodrigo Amado, Américo Rodrigues, Carlos Bechegas, Ernesto Rodrigues ou John Zorn. Será, pois, um autêntico Mestre a fechar a IV edição do Ciclo de Música Exploratória Portuguesa